sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Orgulho e Preconceito

por Victão e Diabreu


Existem muitas técnicas diferentes para tocar baixo. A pegada muda muito de pessoa pra pessoa, de instrumento para instrumento. O resultado final do timbre também se deve aos cuidados que o baixista tem com seu, como trocar as cordas, limpa-las e todas essas coisas que eu nunca faço. Mas além disso, no meio da galera do grave, muita conversinha rola sobre o que é melhor: Baixo de 4, 5 ou 6 cordas? Dedo ou palheta? Slap ou two hands? Pizzicato de 2 ou 3 dedos?

Na minha opinião, e sim, quero ser o dono da razão, é idiota ficar discutindo isso, porque tudo tem vantagens e limitações!

Nesse post vou ficar restrito à polêmica da quantidade de barbantes esticados na madeira. Ou seja: As cordas.



No período orquestrozóico...

...surgiu o contrabaixo, da família dos instrumentos de arco (irmão maior do violino, da viola e do violoncelo), este possuía 4 cordas, as vezes 3.

Então o homem dominou o fogo e Leo Fender a captação elétrica do som. Com seu Precision Bass transpôs as 4 cordas para formar o nosso querido instrumento: o contrabaixo elétrico. Talvez por essa origem os mais puristas odeiem com todas as forças qualquer possibilidade de se acrescentar, ou retirar, cordas no baixo. Fora que isso elimina uma das piadas mais cretinas que as pessoas fazem: “porque sua guitarra só tem 4 cordas?”



De fato, 4 cordas é a configuração mais versátil e clássica, diria até indispensável. Um baixista que se preze TEM QUE TER pelo menos um baixo de 4 cordas, seja ele seu principal, sidestep mais barato, um fretless (meu caso) ou que fique escondido no armário. Isso para não perder a essência, mas não quer dizer que seja melhor que as outras opções.



O baixo de 5 cordas garante algumas notas mais graves que o de 4 cordas e mantêm o mesmo “espaçamento” entre elas, facilitando o slap mesmo com uma corda a mais. Desvantagens? A adição de uma corda aumenta bastante o tamanho do braço.



O baixo de 6 cordas. Ridicularizado por muitos por ser muito utilizado por pagodeiros e axézeiros, proporciona uma amplitude harmônica (gostaram do termo?) um pouco maior que o baixo de 4 cordas. Na verdade não é o número de notas a mais que conta, como muito discuti em comunidades do finado Orkut, mas sim a possibilidade de montar acordes e arpejos amplos com facilidade em qualquer região do baixo. Ele passa a proporcionar movimentos verticais enquanto antes os movimentos eram mais horizontais, cansando mais o braço do pobre malabarista baixista.

Porém, quando falamos de cansaço, uma desvantagem muito perceptível: O aumento do peso do instrumento. O baixo, pelo fato de ter 6 cordas, tem o braço mais e o corpo mais grossos, ou seja, um volume de madeira muito maior do que os baixos de 5 e 4 cordas (ou seja, cansa! Imaginem um show de duas horas, de pé, com um instrumento desses pendurado no ombro?).

Tocar usando "two-hands" também fica mais legal no 6 cordas, pois ele vira quase um piano. Claro que o braço é bem maior que o de 4 e o espaçamento entre as cordas menor dificultando um pouco o slap, mas nada impossível.

Essas são as versões mais comuns, mas existem "coisas"mais extravagantes, como baixos de 8 cordas com as cordas oitavadas como numa viola, e baixos de 10 para mais cordas e o Stick, que é na pratica uma guitarra e um baixo grudados um no outro.



Então galera, muito orgulho do nosso instrumento e nada de preconceito!

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