sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Somos Baixistas, sim. E que nos deixem em paz...


por Kenji

Não é novidade para nenhum baixista ser abordado por uma pessoa e imediatamente ser fulminado pela declaração: “Nossa! Não sabia que você tocava guitarra!”. Não podemos exigir que todo mundo saiba tudo nessa vida, mas bem que começa a correr pela cabeça um milhão de piadas sarcásticas e xingamentos afiados, dignos de cortar a mais grossa alma de um brutamontes. Como ela não percebeu que tinha quatro cordas (ou cinco que sejam)? Como não viu que não usava palheta? Como não reparou que o braço do instrumento é 45,5 vezes maior que de uma guitarra? Como? Como?! COMO?! Mas... bem que eu gosto.

Abstendo-me das variantes das afirmações acima quanto a quantidade de cordas e o uso ou não de palheta, o pensamento é simples: Todo o baixista é orgulhoso. Se não, tem algum problema mental sério. Seja por genuinamente não aceitar uma constante ou por ser um poser em não aceitar uma constante, a questão é que esse cara que ser o mínimo diferente. E o que acontece quando uma pessoa vier com a pergunta lá do início? Objetivo alcançado! O baixista, com toda sua ira pela consideração ignorante, virou o ponto fora da curva de apoio mais feliz do gráfico.

Pode esperniar, pode fazer um escarcel: O baixo sempre será um instrumento de apoio. Vai ficar no fundo do palco e a exaltação de “Super-Solos-de-Baixistas-Famosos” para tentar impor a superioridade do instrumento só reforçam o fato. Afinal, estamos tentar provar o que para quem? Mas não se enganem, pois os graves são aqueles que seguram tudo e amarra num belo pacote, entregando para o ouvinte. Se não fosse assim, os graves não seriam um artigo de luxo em qualquer aparato sonoro. Ocupam espaço e consomem mais energia. Consomem também mais atenção.

Não vamos entrar no mérito do “Mas tal baixista não é assim”, “Mas o Espinha Virarovisk é tão bom que...”. Apenas olhe para essa sua característica e a faça valer a pena. Pode mostrar que você não curte o status quo, mas mergulhes nas ondas compridas e mostre que você SABE COMO não curtir o status quo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário